Cantora e compositora paraense fez o primeiro dos três shows do projeto Eletrorquestra. São Paulo e Rio de Janeiro recebem o espetáculo nos dias 8 e 12 de setembro
Foto: Renato Reis |
Quem conhece a cantora Lu Guedes, sabe que a timidez e o jeito reservado são característicos dela fora do palco. Mas nele, é como se uma outra Lu entrasse em cena, numa transformação que, às vezes, surpreende até os mais próximos. Na última sexta-feira, 2 de setembro, não foi diferente. Lu subiu ao palco do Teatro Margarida Schivasappa em Belém para apresentar a sonoridade de seu novo trabalho, o disco “eletrOrquestra”. Era uma artista concretizando ideias e experimentações desenvolvidas ao longo de toda uma trajetória.
Desde a apresentação inicial na voz do poeta e parceiro musical Paes Loureiro ao bis com “Onde Moro”, Lu mostrava para o público o resultado de um trabalho que pra ela é como se tivesse durado a vida inteira. Eram canções que nasciam como as águas dos rios. Não adiantava ter pressa. Elas tinham um ritmo próprio. Como Lu, que dançava e cantava como se estivesse sozinha no meio do teatro, vivendo sua própria explosão, sem dezenas de pares de olhos a observá-la em metamorfose no palco. Um transe incorporado pela batida de tambores que ecoam pela floresta. Tudo misturado a samples, cantos afros, violinos, violoncelos, baixo acústico, violas, bateria, guitarra... A eletrOrquestra de Lu Guedes. EletrOrquestra que trazia dubs praieiros, carimbós. Música pop, erudita e regional reinventadas.
A cantora levou para o Schivasappa a atmosfera serena do disco. O espetáculo começou com a locução de Paes Loureiro, apresentando o ‘canto que brota da alma’ de Lu Guedes. O clima mais lento - e denso - passou pela vinheta de abertura “Carimbó Dub”, e mergulhou nas canções seguintes como ‘Lua Luar’, de Mestre Lucindo, atravessou a ‘Melodia Sentimental’, de Heitor Villa-Lobos, as composições de autoria da cantora como ‘Anjo do Dia’ - que reforça a influência das marés - até desaguar no bis “Onde Moro”, também de Lu. Canção que já toca nas rádios de Belém, “Onde Moro” parece grudar nos ouvidos. E assim como o canto de Lu Guedes, ‘Onde Moro’ faz brotar aquela vontade de sair cantarolando pela rua: “Moro onde o tempo é tempo, outros instantes. A noite se enfeita e o céu brilha em diamantes. Não corro, navego. Se ando, flutuo. Um banho de rio, mergulho fundo”.
Ficha Técnica
Baixo acústico e elétrico: Adelbert Carneiro
Guitarra: Léo Chermont
Synthetizador e sample: Jacinto Kahwage
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Arranjo de cordas: Luiz Pardal
Violinos: Paulo Keuffer, Marcus Guedes, Kalie Akel, Hélio Savenney, Akel Fares, Antônio de Pádua, Walber Matos.
Violas: Rodrigo Santana e Serguei Firsanov
Violoncelos: Diego Carneiro e Bruno Valente
Projeções: Improvídeo
Iluminação: Thiago Ferradaes
Direção de Palco: Rodrigo Braga
Figurino: Yorrana Maia
Confecção figurino e cenário: Márcia Braga
Concepção cenário: Lu Guedes, Improvídeo e Rodrigo Braga.
Registro fotográfico: Renato Reis
Registro vídeo: Lucas Escócio
Roteiro do show
1 - Locução de apresentação - áudio Paes Loureiro
2 - Vinheta de abertura do show- Carimbó Dub
3 - Lua Luar (Mestre Lucindo)
4 - Melodia Sentimental (Heitor Villa-Lobos)
5 - Vinheta Cavalo Marinho
6 - Sete ondas (Lu Guedes)
7 - Pra oxalá (Lu Guedes)
8- De amar e de partir (Lu Guedes e Paes Loureiro)
9- Anjo do Dia (Lu Guedes)
10 - Dona Maria (Mestre Lucindo)
11- Menina Bonita (Mestre Lucindo)
12- Imagens do rio (Lu Guedes)
13- Vinheta meninos-peixes
14- Onde moro (Lu Guedes)
15- Nayam (Lu Guedes)
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