sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Fechando 2011 com chave de ouro


De cabelos encaracolados, vestido de cetim azul marinho e babados que se agitavam com a brisa da Baía do Guajará, Lu Guedes encerrou ontem a turnê de lançamento de seu mais novo álbum, o EletrOrquestra.

No anfiteatro da Estação das Docas, bateria, guitarra, teclado, contrabaixo, nove violinos e dois violoncelos formavam uma sinfonia híbrida, uma combinação inteligente entre o erudito e o popular, em que a voz suave de Lu se tornou o elemento de coesão.


Sons ásperos da guitarra de Léo Chermont, seguidos de um familiar batuque regional iniciaram o público no mundo intimista da cantora, que surgiu descalça em um palco coberto de filó branco. Feito uma Iara moderna, com movimentos sinuosos e uma voz delicada, Lu interpretou canções sobre a lua, sobre os rios e, por fim, sobre o amor.

Capturando o imaginário amazônico a partir de uma sonoridade gotejante, de pingo em pingo, Lu conquistou o público presente, que, por sinal, foi dos mais variados: compunham a platéia desde estrangeiros orientais até artistas paraenses renomados, como o poeta João Jesus Paes Loureiro, parceiro musical de Lu.

“Um equilíbrio entre o cristal e o granito. Simples e complexo. Herança e contemporaneidade”, disse o poeta sobre a sensibilidade musical de Lu, que ontem apresentou sons dubdélicos acompanhados de um solo nervoso do violoncelo de Diego Carneiro, regente da orquestra. Cada detalhe parecia ter sido minimamente pensado, ou melhor, sentido, como foi o caso das batidas lentas, semelhante aos batimentos cardíacos, vindas das baquetas de Junior Gurgel.

Enquanto recebia abraços calorosos dos seus conterrâneos, ao final do show Lu afirmou que nada melhor do que terminar em casa: “Encerrar em Belém é sempre muito bom. O público se identifica muito rápido, porque a gente dialoga não só com a música daqui, mas também com a sonoridade mundial”.

Mesmo resistindo às modas, como afirmou Paes Loureiro, Lu deixa sua marca no cenário musical paraense, promovendo uma surpreendente conexão entre a natureza, o imaginário e a platéia. Esta última, ontem, foi quase enfeitiçada pelo mistério das águas e encantarias amazônicas traduzidas no canto, no som e na poesia dos movimentos de vai-e-vem da cantora.

Talvez esse efeito só seja percebido por gente daqui, mas, como Lu comenta, as percepções são diferenciadas: “Eu notei que o público de fora é mais observador. Talvez as pessoas esperassem uma música mais efusiva, que tá sendo divulgada fora. E eu chego com a calmaria dos rios, isso faz com que eles reflitam e que, de repente, até conheçam outra sonoridade produzidas por aqui”.

Em 2012, começa tudo outra vez. A todos, uma ótima passagem de ano, iLUminado em todos os sentidos.

[Caroline Soares]

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Larga esse livro e liga a TV!

Começou o Jornal Liberal 1ª Edição! Daqui a pouco, tem apresentação ao vivo da Lu Guedes, acompanhada de Leo Chermont...

Por sinal, capa lindona do caderno Você desta quinta, no Diário do Pará:


Tem EletrOrquestra hoje, hein, às 20h, no anfiteatro da Estação das Docas! Levem um brinquedo novo ou usado, não esqueçam. A entrada é franca, mas não custa dar um Feliz Natal a uma criança do Combu, né...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Na telinha com Lu


Olha só que linda está Lu Guedes divulgando o EletrOrquestra no programa Sem Censura Pará, da TV Cultura... E sorteando CD´s, galerinha ;)

Amanhã, dia do show (às 20h, no anfiteatro da Estação das Docas, nunca é demais lembrar), Lu estará ao vivo no Jornal Liberal 1ª Edição com seu quarteto de cordas, imperdível!

E tem ainda entrevista no programa Matéria Prima (Rádio Cultura FM 93.7), tão logo acabe o Sem Censura hoje, e amanhã no programa CBN Cultura (Rádio CBN 900 AM). Aperitivos da melhor qualidade pra antes do show...

domingo, 18 de dezembro de 2011

A eletricidade à lenha de Lu Guedes


“Depois do álbum pronto, o caminho é árduo. Difundi-lo, ainda hoje, é complicado. Fazer com que chegue às pessoas e que elas absorvam o trabalho em meio a milhares de informações e novidades a cada instante. Não me considero uma artista que alcançará uma massa de gente [se rolar, ótimo], mas fico muito feliz quando alguém valoriza minhas músicas, compartilha em seu blog, como a Monique Malcher, que escutou o disco curtindo uma chuvinha. Ou mesmo no carro, indo pra casa. Outro dia, fiquei sabendo que, através da música ‘Onde moro’, uma moça se emocionou e foi tomar banho de igarapé no fim de semana. O processo de criação e produção foi lento, o alcance às pessoas também, mas a intensidade desse alcance é que interessa”.

Quem conta, canta e encanta é a compositora paraense Lu Guedes, que vem a público convidar meninos e meninas, jovens e idosos, enamorados e cotovelos doídos, a compartilhar da sinergia certamente proporcionada pelo show de encerramento da turnê 2011 de lançamento de seu álbum, EletrOrquestra, no palco do Anfiteatro da Estação das Docas, dia 22 de dezembro, às 20h. Emoções a 220W.

Patrocinado pela Petrobras, através da Lei Rouanet, e com participação especialíssima do músico paulista Curumin na bateria da faixa de maior destaque, “Onde Moro”, o álbum [lento e denso, que conta ainda com duas letras assinadas pelo poeta João de Jesus Paes Loureiro] foi mixado pelo americano Victor Rice, que já trabalhou com nomes tarimbados como The Slackers, Scofflaws e New York Ska-Jazz Ensemble, além de ter co-produzido os discos tributo Dub Side Of The Moon [Pink Floyd], Radiodread [Radiohead] e Easy Star's Lonely Dub Band [Beatles], do grupo Easy Star All-Stars. Três grandes trabalhos de Rice, aliás, em 2011: “Toque Dela” e “Pitanga”, do casal Marcelo Camelo e Mallu Magalhães [respectivamente], fazem trio com “EletrOrquestra” no portfólio do produtor.

Foram três meses de mixagem. Ele lá [São Paulo], ela aqui, produzindo tudo com ajuda de Adelbert Carneiro e arranjo de cordas do maestro Luiz Pardal. Depois, manda para Nova Iorque, ser masterizado por James Cruz, e, enfim, pronto. O resultado? Como bem descreveu o jornalista Ismael Machado: “Dubs praieiros, canções serenas, orvalhadas [...] batuques e cirandas namoram grooves e loops”. Para ficar nas palavras da própria artista, “um encontro com imagens cantadas nossas, hábitos nossos, que dialogam com sonoridades daqui e do mundo”. Especialidade de Lu, diga-se, que já havia desenvolvido pesquisa em terreiros de Mina Nagô, em Belém, na composição de seu primeiro disco, “Estrela D’água”.

Depois de EletrOrquestra, Lu Guedes promete uma nova parceria com Rice. Como de praxe na carreira da artista, porém, o trabalho será feito sem pressa alguma, com todo carinho: “O processo do EletrOrquestra foi lento, já pensava no formato quando estava finalizando o meu primeiro álbum, Estrela d' água. Como agora, finalizando o EletrOrquestra, já penso no próximo. Leva tempo até chegar no estúdio, com possibilidades efetivas de se realizar algo”, conta Lu.

Sem pressa, mas a caminho. As pesquisas serão iniciadas no início de 2012, pelo interior do estado. Lu quer passar um mês em cada município percorrido, observando, assimilando a cultura local, municiando-se para novas composições. Atenção, baionenses: a primeira cidade visitada será Baião, no oeste do Pará. O percurso todo será registrado fotograficamente pela própria Lu, outra paixão paralela à música, para servir de elementos para o projeto gráfico do novo disco e uma exposição.

E as boas novas não param por aí. Após se apresentar no Rio e em São Paulo, circulação patrocinada pela Petrobras, Lu Guedes se prepara para uma nova incursão nacional, mais abrangente. Bruno Lancellotti [Radiola Records | SP] será o responsável pela produção da turnê, que deverá percorrer os palcos do Sesc, também em 2012.

A falta de pressa de Lu, por sinal, parece não se dever a outro motivo senão a profusão de boas idéias e, consequentemente, bons projetos em que está envolvida. Já nas primeiras conversas, Lu se prepara com o garoto prodígio das guitarradas Pio Lobato e Adamor do Bandolim para a pré-produção de um programa especial, cuja proposta seria uma mistura de linguagens, unindo sonoridades para transformá-las em um novo som. O encontro resultará ainda em um curta documental, dirigido por outro importante nome da novíssima música paraense, Felipe Cordeiro.

Pois bem. O fruto dessa busca translucidamente transloucada poderá ser sorvido em goles homeopáticos no dia 22 de dezembro, uma quinta-feira de lua nova, a partir das 20h, no Anfiteatro da Estação das Docas. O ingresso vale um brinquedo novo ou usado, que será doado para uma criança da Ilha do Combú. Ou seja: quanto mais ingressos trocados, mais crianças felizes nesse Natal.

Aqui, a eletricidade é à lenha. Vale mais o calor humano.

SERVIÇO
Show de encerramento da turnê EletrOrquestra, de Lu Guedes
Dia 22 de dezembro, quinta-feira, às 20h, no Anfiteatro da Estação das Docas
O ingresso será trocado por um brinquedo novo ou usado

CONTATO
Caco Ishak | ishak@fomosparacroata.com | [91] 3271.5617 | [91] 8232.8882

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

EletrOrquestra na coluna de Esperança Bessa


Nova notinha, dessa vez na coluna da diva, divina, maravilhosa, internacional, Esperança Bessa [Diário do Pará | Caderno Você]. Após o encerramento do EletrOrquestra no dia 22, já tem nova turnê nacional a caminho em 2012...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

EletrOrquestra na Feira do Som


Mais informações em primeira mão: hoje, na coluna Feira do Som, de Edgar Augusto. Pequena errata: o show começa a partir das 20h, e não das 21h ;)

"Depois da pérola chamada EletrOrquestra, a cantora e compositora paraense Lu Guedes promete outra brilhante parceria com o americano Victor Rice (responsável ainda pela mixagem do mais novo disco de Mallu Magalhães, "Pitanga"). Como de praxe na carreira da artista, o trabalho será feito sem pressa alguma, com todo carinho. As pesquisas serão iniciadas no início de 2012, pelo interior do estado. Lu Guedes quer passar um mês em cada município, observando, assimilando a cultura local, municiando-se para novas composições. Atenção: a primeira cidade visitada por Lu será Baião. Tudo será registrado fotograficamente, para servir de elementos para o projeto gráfico do novo disco e uma exposição".

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EletrOrquestra no Jornaleco


Notinha publicada hoje na coluna Jornaleco [Caderno Você | Diário do Pará], do ilustríssimo Comendador Raymundo Mário Sobral. Agora, é público e oficial: show de encerramento da turnê EletrOrquestra será na quinta-feita, 22 de dezembro, no Anfiteatro da Estação das Docas, a partir das 20h. A entrada é franca!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Victor Rice: conexão NY - Jamaica - SP - Amazônia

Victor Rice é mestre no assunto sonoridades jamaicanas. O produtor e baixista novaiorquino já trabalhou com algumas das melhores bandas de ska norte-americanas como The Slackers, Easy Star All-Stars, New York Ska-Jazz Ensemble, The Scofflaws, entre muitas outras. No Brasil, onde mora atualmente, este "novo paulistano" já produziu e tocou com a banda Firebug, fez a mixagem do último disco de Marcelo Camelo, "Toque Dela" e o último disco de Mallu Magalhães "Pitanga".


Sua última empreitada foi o álbum "EletrOrquestra", de Lu Guedes, que conta: "Concebi e gravei em Belém. As timbragens e edição foram feitas pelo Victor em São Paulo. Ele trabalha com máquina de rolo analógica e a mixagem foi feita ao vivo. Acho muito poética a maneira como ele faz isso. Só há uma chance para trabalhar com cada faixa, depois é tudo zerado para iniciar outra. É analógica, das antigas".

Victor Rice fará o show de abertura de Lu Guedes com seu Strikkly Vikkly Dubsystem nesta quinta-feira, 08. Antes do show, passamos a palavra a Victor Rice:

Como foi trabalhar no disco EletrOrquestra?
Tranquilo e intenso ao mesmo tempo. A Lu me deu toda a licença para mexer com os arranjos, instrumentos e até batidas. Mas daí vem uma baita responsibilidade né?
Trabalhamos via internet, ela lá em Belém, eu em Sampa. Levou um tempo para acertarmos a estética na primeira mix, mas depois combinamos um conceito de som para o disco inteiro.

Você fez a mixagem, timbragem e edição? Como foi cada etapa?
Para mim, as três fazem parte de um processo só. E a sequência muda também, por exemplo, há uma música onde toquei baixo elétrico. Isso aconteceu perto da hora final da mix - já tinha mudado a bateria mais cedo e o baixo existente não encaixava com os novos acentos. Às vezes essas decisões bem fundamentais acontecem na última hora!

Você trabalha com máquina de rolo analógica. Me conta como é o seu equipamento e quais as particularidades dele?
Uso uma máquina de fita sim, para gravar as mixes. Eu acho que resolve muita coisa que acontece com produções digitais. Som digital fica tão certíssimo, perfeitíssimo, hi-fi-zíssimo que é chato, afinal. Falta carne no caldo, ficam sobrando agudos que incomodam,sabe, graves de araque. Com a fita o som esquenta, a voz levanta, a batera bate como deveria... tudo sai redondinho mesmo!

Mas aí só há uma chance para trabalhar cada faixa, pois depois é tudo zerado para iniciar outra. Explica como funciona isso na prática?
É mais ou menos isso sim, porque uso muitos aparelhos analógicos - compressores, equalizadores, efeitos - e junto tudo numa mesa analógica. É essa mix que vai para a fita, o destino da viagem. Depois desta etapa, a gravação na fita é transferida de volta para o computador e o mundo digital e mando a mix pra Belém via FTP(a internet não para de me deixar de boca aberta, acho incrível que eu não tenho que mandar uma cassete por Sedex e esperar uma resposta de telefone uma semana depois!).
Não é exatamente imposível fazer um "recall" de um projeto, tenho minhas notas de onde e como os aparelhos foram usados - mas nunca vai voltar exatamente onde estava como uma sessão que foi feita dentro de um computador. Claro que eu faço revisões.




E quais são as suas novidades?
Tenho um novo CD de Dub saindo na Stubborn Records(EUA) no final do ano, chamado "Dub Discoveries".

Lu Guedes - LANÇAMENTO DO DISCO EletrOrquestra
São Paulo (08/09)
ABERTURA: Victor Rice
LOCAL: Bleecker Street - Rua Inácio Pereira da Rocha, 367 - Pinheiros
DATA: 08.09.11
HORÁRIO: 22h
INGRESSO: R$10,00

É hoje em São Paulo!

Depois do sucesso em Belém do Pará, Lu Guedes chega na capital paulista para o lançamento de Eletrorquestra.
Te esperamos!

Lu Guedes - LANÇAMENTO DO DISCO EletrOrquestra
 São Paulo (08/09)
ABERTURA: Victor Rice (NY)
LOCAL: Bleecker Street - Rua Inácio Pereira da Rocha, 367 - Pinheiros
DATA: 08.09.11
HORÁRIO: 22h
INGRESSO: R$10,00



Você pode escutar algumas faixas do disco aqui


ELETRORQUESTRA > Lu Guedes from Garfo e Faca on Vimeo.

domingo, 4 de setembro de 2011

A eletrOrquestra de Lu Guedes em Belém do Pará

Cantora e compositora paraense fez  o primeiro dos três shows do projeto Eletrorquestra. São Paulo e Rio de Janeiro recebem o espetáculo nos dias 8 e 12 de setembro
Foto: Renato Reis

Quem conhece a cantora Lu Guedes, sabe que a timidez e o jeito reservado são característicos dela fora do palco. Mas nele, é como se uma outra Lu entrasse em cena, numa  transformação que, às vezes, surpreende até os mais próximos. Na última sexta-feira, 2 de setembro, não foi diferente. Lu subiu ao palco do Teatro Margarida Schivasappa em Belém para apresentar a sonoridade de seu novo trabalho, o disco “eletrOrquestra”.  Era uma artista concretizando ideias e experimentações desenvolvidas ao longo de toda uma trajetória.
Desde a apresentação inicial na voz do poeta e parceiro musical Paes Loureiro ao bis com “Onde Moro”, Lu mostrava para o público o resultado de um trabalho que pra ela é como  se tivesse durado a vida inteira. Eram canções que nasciam como as águas dos rios. Não adiantava ter pressa. Elas tinham um ritmo próprio. Como Lu, que dançava e cantava como se estivesse sozinha no meio do teatro, vivendo sua própria explosão, sem dezenas de pares de olhos a observá-la em metamorfose no palco.  Um transe incorporado pela batida de tambores que ecoam pela floresta. Tudo misturado a samples, cantos afros, violinos, violoncelos, baixo acústico, violas, bateria, guitarra... A eletrOrquestra de Lu Guedes. EletrOrquestra que trazia dubs praieiros, carimbós. Música pop, erudita e regional reinventadas.
A cantora levou para o Schivasappa a atmosfera serena do disco. O espetáculo começou com a locução de Paes Loureiro, apresentando o ‘canto que brota da alma’ de Lu Guedes.  O clima mais lento - e denso -  passou pela vinheta de abertura “Carimbó Dub”, e mergulhou nas canções seguintes como ‘Lua Luar’, de Mestre Lucindo, atravessou a ‘Melodia Sentimental’, de Heitor Villa-Lobos, as composições de autoria da cantora como ‘Anjo do Dia’ - que reforça a influência das marés - até desaguar no bis “Onde Moro”, também de Lu.  Canção que já toca nas rádios de Belém, “Onde Moro” parece grudar nos ouvidos. E assim como o canto de Lu Guedes, ‘Onde Moro’ faz brotar aquela vontade de sair cantarolando pela rua: “Moro onde o tempo é tempo, outros instantes. A noite se enfeita e o céu brilha em diamantes. Não corro, navego. Se ando, flutuo. Um banho de rio, mergulho fundo”.

Ficha Técnica
Baixo acústico e elétrico: Adelbert Carneiro
Guitarra: Léo Chermont
Synthetizador e sample: Jacinto Kahwage
Bateria: Edvaldo Cavalcante
Arranjo de cordas: Luiz Pardal
Violinos: Paulo Keuffer, Marcus Guedes, Kalie Akel, Hélio Savenney, Akel Fares, Antônio de Pádua, Walber Matos.
Violas: Rodrigo Santana e Serguei Firsanov
Violoncelos: Diego Carneiro e Bruno Valente
Projeções: Improvídeo
Iluminação: Thiago Ferradaes
Direção de Palco: Rodrigo Braga
Figurino: Yorrana Maia
Confecção figurino e cenário: Márcia Braga
Concepção cenário: Lu Guedes, Improvídeo e Rodrigo Braga.
Registro fotográfico: Renato Reis
Registro vídeo: Lucas Escócio

Roteiro do show  
1 - Locução de apresentação - áudio Paes Loureiro
2 - Vinheta de abertura do show- Carimbó Dub
3 - Lua Luar (Mestre Lucindo)
4 -  Melodia Sentimental (Heitor Villa-Lobos)
5 - Vinheta Cavalo Marinho
6 - Sete ondas (Lu Guedes)
7 - Pra oxalá (Lu Guedes)
8- De amar e de partir (Lu Guedes e Paes Loureiro)
9- Anjo do Dia (Lu Guedes)
10 - Dona Maria (Mestre Lucindo)
11- Menina Bonita (Mestre Lucindo)
12- Imagens do rio (Lu Guedes)
13- Vinheta meninos-peixes
14- Onde moro (Lu Guedes)
15- Nayam (Lu Guedes)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Escute EletrOrquestra!

O disco EletrOrquestra está saindo do forno. Mas antes de chegar às lojas, disponibilizamos aqui algumas faixas para audição e a música "Onde Moro", - que tem Curumin na bateria - para download. Para baixá-la, basta clicar aqui.

Aperte o play e boa viagem!

01-De amar e de partir by luguedeseletrorquestra

02-Anjo do dia by luguedeseletrorquestra

03-Carimbó dub (vinheta) by luguedeseletrorquestra

05-Melodia Sentimental by luguedeseletrorquestra

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Lu Guedes e sua EletrOrquestra, em Belém, SP e RJ

foto: Renato Reis

Os serviços completos dos shows:

Belém (02/09)
Teatro Margarida Schivasappa
Av. Gentil Bittencourt, 650 – Nazaré
(0xx)91 3202-4317
20h30
R$10,00

São Paulo (08/09)
Bleecker Street
Rua Inácio Pereira da Rocha, 367 – Pinheiros
(0xx)11 3032-3697
www.bleeckerst.com.br/

22h
R$10,00


Rio de Janeiro (12/09)
Solar de Botafogo
R. General Polidoro, 180 – Botafogo
(0xx)21 2543-5411
www.solardebotafogo.com.br
20h30
R$10,00

www.twitter.com/EletrOrquestra

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"De amar e de partir"

Canção que abre o disco "Eletrorquestra", "De amar e de partir" nasceu de uma parceria que vem de outros caminhos entre Lu Guedes e o poeta João de Jesus Paes Loureiro. Por email, o poeta conta como essa história muscial começou. E você confere abaixo:


Paes Loureiro

Equipe do Blog (E.B) - Como surgiu a parceria e essa amizade de vocês?
Paes Loureiro (P.L.) - Eu conheci primeiro os trabalhos de design da Lu. Gostei muitíssimo e a convidei para criar o projeto gráfico do livro "Fragmento", contendo imagens do meu poema título, da bailarina Ana Unger que coreografou e dançou um dueto com o poema projetado no palco e fotografias do Luiz Braga. Foi quando ficamos amigos e conheci sua arte musical. A partir daí passei a admirar seu talento nas duas áreas.
 Qual foi a primeira canção que fizeram juntos?
 E.B -  Paes Loureiro - Foi "Luandar", incluído no importante e belo  disco "Estrela d'Água". Que permanece ainda praticamente inédito. O que é uma pena. Eu tinha viajado para passar um ano em Portugal escrevendo grande parte do meu romance "Café Central - O tempo submerso nos espelhos" e a realizar seminários sobre estética no teatro e na dança. De lá mandei, via internet, a letra pra que ela musicasse.
 E.B -    E ‘De amar e de partir? Você fez a letra e mandou por email pra ela.  Como foi a criação da letra exatamente?
Paes Loureiro - Também. Aliás, temos duas músicas neste CD novo. Essa e "Imagens do rio". Toda vez tenho criado as letras em função dela, no que imagino de sua sensibilidade e pelo que conheço de sua visão da criação musical, que coincide imensamente com a minha.
 E.B - Como é ter uma letra musicada pela Lu Guedes? Ela consegue colocar o som nas tuas letras da forma como você imaginava?
P.L.- É, em primeiro lugar, a  garantia de fina sensibilidade e bom gosto na composição. E, também, porque a sua melodia que nasceu depois da letra parece que brota dos versos. Como a Lu também é muito boa letrista, há fluente harmonia com as minhas letras.
 E.B -  No que te inspiraste pra fazer a letra dessa canção, quais foram as tuas referências pra ela?
P.L. -  Uma canção, como toda arte, nasce de uma forma de sentir particular que se torna expressão do sentimento de quem escuta. Se universaliza, portanto. Quem escuta a obra sente o sentimento de quem criou, mas, através do seu sentimento pessoal de ouvinte. As minhas referência, no caso da música "De Amar e de Partir" nascem da emoção pessoal experimentada desses sentimentos  e da visão poética imaginada de todos os sentimentos possíveis de amares e   partidas existentes no mundo. Sabia que a Lu incorporaria essas emoções musicalmente expressas na letra. O que, plenamente, aconteceu.     
 E.B - A letra é dolorida e você consegue visualizar o que está sendo cantando. Quando escreves uma letra, tu pensas nessa questão da imagem, ou é algo que vai brotando. Como é que isso funciona?
P.L. - Na criação a gente pensa brotando enquanto brota pensando. No caso de uma letra, temos que pensar por nós e pela parceria. Uma letra é uma espécie de poema cuja alma é a melodia. Quando faço letras para a Lu, que é do que estamos falando, eu crio dentro do que percebo do espírito dela, daquilo que imagino de seu sentimento, de um modo que ela possa sentir a letra como nascida de sua alma. Creio que na hora de se colocar a melodia  no poema, ou vice versa,  há uma espécie de cópula virtual, em que as duas partes se interpenetram e se fecundam.
E.B -  Qual a canção do disco que mais te agrada, qual a tua canção eleita se tivesses que escolher uma canção e que esta fosse capaz de traduzir toda a sonoridade do disco, qual seria?
P.L. - O espírito do disco, eu penso que está em "De amar e de partir" conjugado com "Imagens do rio". Para destacar o que você qualifica como sonoridade, eu arrisco em apontar, de acordo com minha parceira,  "De Amar e de Partir". Mas, o que dirão as pessoas quando escutarem/sentindo o disco? Pode coincidir ou não com o que eu disse aqui. Eis a tortura do artista: a última palavra não é a sua, mas a de quem ou escuta, ou lê, ou contempla!... 

Veja e ouça a canção:



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Esquenta no Prêmio Curupira!

O lançamento do disco "EletrOrquestra", da cantora Lu Guedes, em Belém é apenas dia 2 de setembro. Mas a cantora dá uma canja neste sábado, 20, em um outro  lançamento, o do  Prêmio Curupira de Música Independente da Amazônia, que será realizado no Parque dos Igarpaés, a partir das 21h. Bora?


domingo, 14 de agosto de 2011

'Onde moro'

Uma das dez canções do novo disco da cantora e compositora paraense Lu Guedes, "Onde moro" já está na programação da rádio Cultura de Belém do Pará. A música é uma composição de Lu Guedes, tem a participação do coro de crianças Helena Mohry, Arthur Guedes, Moara carneiro e Cauã Carneiro. E na bateria, o talento do instrumentista Curumim.
Foto de Bruno Pellerin
Para ouvir e baixar, clique no título abaixo:

Onde Moro (Lu Guedes)

Moro onde o tempo é tempo
Outros instantes
A noite se enfeita e o céu
Brilha em diamantes
Não corro, navego
Se ando, flutuo

Um banho de rio
Mergulho fundo
Um banho de rio
Mergulho fundo

Meninos-peixes
Meninas encantadas
Se amam a nadar

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Lu Guedes apresenta “EletrOrquestra”

Foto: Bruno Pellerin

Cantora e compositora paraense lança em Belém no próximo dia 02/09 seu mais novo trabalho, o CD ‘EletrOrquestra’. O disco tem patrocínio da Petrobras e também será lançado em São Paulo e Rio de Janeiro.
Se for perguntado a Lu Guedes quanto tempo durou a feitura do disco ‘EletrOrquestra’, ela é capaz de rir e responder, com toda a sinceridade: ‘durou uma vida’. E não estará, de forma alguma, mentindo. É que são assim os rebentos paridos à beira d´água na Amazônia. Os tempos escorrem lentos, a sintonia aguça, e o mundo é visto ao longe.
EletrOrquestra é um amadurecimento de ideias curtidas ao longo de uma trajetória. A gênese de tudo talvez seja a banda Maria Fecha a Porta, liderada por uma cantora ainda em busca de um caminho próprio. Época marcada por uma efervescência pop na capital paraense, que ecoava o rompimento das amarras musicais protagonizadas por uns recifenses antenados.
Belém gritava. Guitarras misturavam-se a tambores e regionalizações. Algumas bem intencionadas. Outras, nem tanto. Lu, de personalidade retraída fora do palco, buscava algo diferente. Que desse vazão aquela vontade de dançar e cantar quando ouvia Portishead, Massive Attack e Bjork, misturado às cantorias de marés, típicas do nordeste paraense.
Os batuques e cirandas namoravam os grooves e os loops.  Foi esse momento especial que ficou registrado em ‘Estrela D’água’, um cd demo que religava os carimbós a uma pista de dança moderna. ‘Dona Maria Chegou’, clássico de Mestre Lucindo gravado pelo ‘rei do carimbó’, Pinduca, era um exato exemplo disso. Para desenvolver o CD ‘Estrela D’Água’, Lu Guedes desenvolveu pesquisa sonora e de campo em terreiros de Mina Nagô, em Belém, para aprender sobre a musicalidade dos toques afros e construir um trabalho inédito a partir deles.
Mas as marés vêm e vão. Seguem seu próprio ritmo. Foi o que fez Lu. Esperou. Vicejou, madrugou esperanças. Amanheceu serena. Madura. O resultado é EletrOrquestra. Dubs praieiros, ciranda eletrônica, canções serenas, orvalhadas.

Capa do disco Eletrorquestra

É o resultado também de uma parceria com o produtor Victor Rice. Baixista aficionado por sonoridades jamaicanas, já trabalhou com nomes de peso desse estilo. É dele o conhecido baixo de "Dub side of the moon", que recria o clássico floydiano. Rice fez a mixagem do último disco de Marcelo Camelo, ‘Toque Dela’. Atualmente co-produz e mixa o CD ‘Pitanga’, de Mallu Magalhães.
“Concebi e gravei aqui em Belém. As timbragens e edição foram feitas por ele em São Paulo. Victor trabalha com máquina de rolo analógica, a mixagem foi feita ao vivo. Acho muito poética a maneira como ele faz isso. Só há uma chance para trabalhar com cada faixa, depois é tudo zerado para iniciar outra. É analógica, das antigas. Ele tem vídeos na net, onde só aparecem os dedos deslizando os botões. Precisos. No som certo”, conta Lu.
“Victor pincelou atmosferas e dinâmicas com sua sensibilidade, elevou a qualidade dos arranjos com seus delays e reverbs. A mixagem durou um mês, às vezes rolava o dia inteiro. Fazíamos pausas. Foi intenso. Precisávamos da calmaria da madrugada para focar somente no som. A insônia ajudou nesse processo. Trabalhamos distantes pela net, mas com uma sintonia incrível”, complementa.
O disco foi produzido por Lu Guedes e co-produzido por Adelbert Carneiro. O arranjo de cordas é do maestro Luiz Pardal, que recentemente foi o responsável pelos arranjos do show Terruá Pará, na capital paulista. “EletrOrquestra” foi mixado por Victor Rice em São Paulo e masterizado por James Cruz, em New York.
Lu adocicou o canto. A voz, suave, homenageia, de certa forma, Bjork. Mas há mais nessas influências cantadas e recontadas. O disco abre com ‘De amar e de partir’, parceria com o poeta paraense João de Jesus Paes Loureiro. “Mas se um dia fatal for a partida, não te partas de mim amargamente, nem te partas deixando-me partida, deixa a flor de um talvez em mim, pra sempre...”, canta, numa sonoridade que começa suave e vai num crescendo envolvente.
‘Anjo do dia’ é apenas de Lu. Revela as influências de rios. Depois vem o desfile de raízes próprias como a de Mestre Lucindo e um toque erudito, com Heitor Villa-Lobos. Uma das melhores, ou a melhor, do disco é ‘Onde Moro’. Com participação especial do baterista Curumim, nasceu pronta para alçar voos maiores. Não fica a dever a nada que tenha sido produzido ultimamente por festejadas cantoras da chamada nova geração da música brasileira.
EletrOrquestra é mais lento, mais denso, mais envolvente do que os trabalhos anteriores de Lu Guedes. Tenho tendência para músicas mais intimistas, calmas. Mas também gosto de distorções, timbres ácidos. Apenas curto do meu jeito”, pondera.
É essa essência que transpira, escorrega pelas mãos, adormece serena em cada audição. Sem fazer muito barulho, de um jeito simples, Lu chega, bate suavemente à porta, pede licença, entra. E fica ali, dentro dos nossos corações. É assim que ‘EletrOrquestra’ vai marcar presença nesse cenário fértil da música brasileira. E como diz a letra de Onde Moro: “Moro onde o tempo é tempo, outros instantes. A noite se enfeita e o céu brilha em diamantes. Não corro, navego. Se ando, flutuo. Um banho de rio, mergulho fundo”.
Texto: Ismael Machado
Faixas do disco:
1- De amar e de partir (Lu Guedes e Paes Loureiro)
2- Anjo do dia (Lu Guedes)
3- Carimbó Dub (Vinheta)
4- Lua Luar (Mestre Lucindo)
5- Melodia Sentimental (Heitor Villa Lobos)
6- Imagens do Rio (Lu Guedes e Paes Loureiro)
7- Meninos-peixes (Vinheta)
8 - Onde moro (Lu Guedes)
9 - Nayam ( Lu Guedes)

10 - Pra Oxalá ( Lu Guedes)