quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Victor Rice: conexão NY - Jamaica - SP - Amazônia

Victor Rice é mestre no assunto sonoridades jamaicanas. O produtor e baixista novaiorquino já trabalhou com algumas das melhores bandas de ska norte-americanas como The Slackers, Easy Star All-Stars, New York Ska-Jazz Ensemble, The Scofflaws, entre muitas outras. No Brasil, onde mora atualmente, este "novo paulistano" já produziu e tocou com a banda Firebug, fez a mixagem do último disco de Marcelo Camelo, "Toque Dela" e o último disco de Mallu Magalhães "Pitanga".


Sua última empreitada foi o álbum "EletrOrquestra", de Lu Guedes, que conta: "Concebi e gravei em Belém. As timbragens e edição foram feitas pelo Victor em São Paulo. Ele trabalha com máquina de rolo analógica e a mixagem foi feita ao vivo. Acho muito poética a maneira como ele faz isso. Só há uma chance para trabalhar com cada faixa, depois é tudo zerado para iniciar outra. É analógica, das antigas".

Victor Rice fará o show de abertura de Lu Guedes com seu Strikkly Vikkly Dubsystem nesta quinta-feira, 08. Antes do show, passamos a palavra a Victor Rice:

Como foi trabalhar no disco EletrOrquestra?
Tranquilo e intenso ao mesmo tempo. A Lu me deu toda a licença para mexer com os arranjos, instrumentos e até batidas. Mas daí vem uma baita responsibilidade né?
Trabalhamos via internet, ela lá em Belém, eu em Sampa. Levou um tempo para acertarmos a estética na primeira mix, mas depois combinamos um conceito de som para o disco inteiro.

Você fez a mixagem, timbragem e edição? Como foi cada etapa?
Para mim, as três fazem parte de um processo só. E a sequência muda também, por exemplo, há uma música onde toquei baixo elétrico. Isso aconteceu perto da hora final da mix - já tinha mudado a bateria mais cedo e o baixo existente não encaixava com os novos acentos. Às vezes essas decisões bem fundamentais acontecem na última hora!

Você trabalha com máquina de rolo analógica. Me conta como é o seu equipamento e quais as particularidades dele?
Uso uma máquina de fita sim, para gravar as mixes. Eu acho que resolve muita coisa que acontece com produções digitais. Som digital fica tão certíssimo, perfeitíssimo, hi-fi-zíssimo que é chato, afinal. Falta carne no caldo, ficam sobrando agudos que incomodam,sabe, graves de araque. Com a fita o som esquenta, a voz levanta, a batera bate como deveria... tudo sai redondinho mesmo!

Mas aí só há uma chance para trabalhar cada faixa, pois depois é tudo zerado para iniciar outra. Explica como funciona isso na prática?
É mais ou menos isso sim, porque uso muitos aparelhos analógicos - compressores, equalizadores, efeitos - e junto tudo numa mesa analógica. É essa mix que vai para a fita, o destino da viagem. Depois desta etapa, a gravação na fita é transferida de volta para o computador e o mundo digital e mando a mix pra Belém via FTP(a internet não para de me deixar de boca aberta, acho incrível que eu não tenho que mandar uma cassete por Sedex e esperar uma resposta de telefone uma semana depois!).
Não é exatamente imposível fazer um "recall" de um projeto, tenho minhas notas de onde e como os aparelhos foram usados - mas nunca vai voltar exatamente onde estava como uma sessão que foi feita dentro de um computador. Claro que eu faço revisões.




E quais são as suas novidades?
Tenho um novo CD de Dub saindo na Stubborn Records(EUA) no final do ano, chamado "Dub Discoveries".

Lu Guedes - LANÇAMENTO DO DISCO EletrOrquestra
São Paulo (08/09)
ABERTURA: Victor Rice
LOCAL: Bleecker Street - Rua Inácio Pereira da Rocha, 367 - Pinheiros
DATA: 08.09.11
HORÁRIO: 22h
INGRESSO: R$10,00

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